"Para comemorar as obras do aproveitamento hidroeléctrico do troço internacional do rio Douro, amanhã, 17 de Outubro, os Chefes de Estado de Portugal e de Espanha, Almirante Américo Thomaz e Generalíssimo Francisco Franco, presidem à cerimónia comemorativa da conclusão das obras. (...)
As negociações para a realização deste empreendimento datam do ano de 1927, no qual, a 23 de Agosto, foi celebrado entre Portugal e Espanha o "Convénio para regular o aproveitamento hidroeléctrico do troço internacional do rio Douro".
(...) foi constituída, em 1952, a Comissão Luso-Espanhola prevista no Convénio...
(...) Segundo o estabelecido no Convénio, o troço internacional do rio Douro foi dividido em duas partes de acordo com a queda disponível, cabendo a cada país o aproveitamento de troços com um desnível total da ordem dos 200 metros.
Em face da topografia local e das necessidades de energia o troço reservado a Portugal foi aproveitado mediante a construção de 3 Barragens e centrais subterrâneas - Picote, Miranda e Bemposta - e no troço reservado à Espanha foram construídas 2 Barragens e respectivas centrais - Sanoelle e Aldeadavila." (in "Mensageiro de Bragança" - 16/10/1964).
O redactor deve ter-se enganado na designação de uma das barragens espanholas, pois trata-se de "Saucelle" e não "Sanoelle".
Uma nota final, a propósito de Chefes de Estado e da histeria inqualificável que se apoderou de certos grupos parlamentares da Assembleia da República a pretexto da exposição dos bustos dos presidentes da república portuguesa: querem reescrever a História (como era usual nos tempos do amigo Estaline)? Ou estarão a dar razão póstuma a Seguro, que jurava a pés juntos que andam por ali 50 mamíferos a mais?