Fotos cedidas por Miguel Rito.
Ainda não sei o ano, nem a razão da atitude popular, mas vou apurá-los. Bruçó tem uma larga tradição de contestação e de inconformismo. Quando achava que tinha razão, o povo unia-se e levantava-se em massa contra a ameaça. Viesse ela de onde viesse. Lembro-me do episódio do sequestro dos autocarros que substituiram o comboio de passageiros na Linha do Sabor. A CP planeava deixar de efectuar a ligação entre o cruzamento de Caravelas e a aldeia (4 kms). A população uniu-se e sequestrou os autocarros. Nem a presença da força de intervenção da GNR meteu medo aos populares. A CP teve que ceder. Lembro-me que os passageiros teceram rasgados elogios à hospitalidade e civismo das gentes de Bruçó. Duros na luta, mas afáveis na hora de acarinhar os inocentes apanhados no meio da confusão.
Claro que, passados alguns anos, de forma discreta, a CP levou a água ao moinho. Mas, ainda provou o sabor da tenacidade dos "sete camadas e meia".
Quero agradecer aqui a gentileza do Miguel Rito, alcaide de tão nobre freguesia, pela cedência das fotografias.