No seguimento do post anterior e movido pela curiosidade e pela possibilidade de tirar algumas fotos, fui visitar a bela e histórica aldeia de Azinhoso. O amigo João "Ferrinho", talentoso escultor da pedra e da madeira, conhecedor do local, serviu-me de guia. Ainda me disponibilizou meios para conseguir aceder às pinturas murais, mas pareceu-me a empreitada demasiado arrojada para alguém com a minha massa corporal. Por isso, desisti do intento.
Aproveitei para dar uma volta e fotografar uma "pia", propriedade do meu anfitrião, que se me revelou como sendo um sarcófago escavado na pedra, destinado a depositar os restos mortais de uma criança.
Esta peça é proveniente do termo de Penas Róias.
E como a envolvente urbana é convidativa, tirei mais alguns retratos desta encantadora localidade que já foi sede concelhia.
No interior do templo medieval, encontra-se o túmulo de Luís Eanes de Madureira.
A inscrição gótica em torno do sarcófago (entretanto retirado) diz o seguinte: "Aquy jaz luys eanes da madureira uigairo jeeral do s[e]n[h]or dom
f[e]rnandu arceb[is]po de braga". A pintura remonta a meados do séc. XV e representa S. Miguel pesando as almas com dois doadores. Ao lado da igreja existe um pequeno, mas interessante museu, onde podem ser observadas algumas peças da liturgia católica, bem como alguns documentos com valor histórico.
De seguida dirigi-me a Penas Róias, onde pude observar uma outra campa pétrea (para corpo adulto), depositada num pequeno quintal anexo à igreja local. Este género de sepultura antropomorfa encontra-se com alguma frequência no território do actual concelho de Mogadouro (nomeadamente em Urrós, Algosinho, Mogadouro...).
figuras, património, lugares e histórias que fazem (e fizeram) o quotidiano mogadourense
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domingo, 24 de janeiro de 2016
terça-feira, 7 de julho de 2015
Pelourinho de Penas Róias restaurado
Foi recentemente inaugurada uma réplica do pelourinho de Penas Róias, que pode ser apreciada na aldeia, que outrora foi sede de concelho (recordo que tem o foral mais antigo do actual concelho de Mogadouro). Como um dia escreveu o Abade de Baçal “O pelourinho de Penas Roias, apeado
pela onda de insensatez iconoclasta, que em meados do século passado
vandalizou tantos outros, devem restaurá-lo como fizeram os de Vila
Flor, Vilar Seco de Lomba, Vinhais e todos os dias estão fazendo noutras terras,
pois ainda existe parte do fuste e, como o seu desenho se encontra em Duarte de Armas, é fácil dar-lhe a traça primitiva, coisa que outros não conseguem tão
seguramente. Acresce ainda que é dos do tipo chamado de gaiola e não há
outro no distrito de Bragança. Penaroienses, mãos ao restauro do
pelourinho, resgatando assim nobremente o erro passado, porque os pelourinhos
são o símbolo da autonomia concelhia; a carta de nobreza e
fidalguia de uma terra; o seu brasão ou pedra de armas; o documento, a prova da sua
honra, do seu valor físico e mental; um motivo turístico; uma
lição de civismo e de arte.” in "Memórias...", vol. VIII, pág. 128.
O pelourinho visto por Duarte d'Armas.
Imagem da cerimónia de inauguração (foto: Mensageiro de Bragança).
Está, pois, de parabéns o executivo liderado pelo alcaide José António Patrão, a quem aproveito para agradecer o convite para estar presente no acto. Infelizmente, razões de saúde impediram-me de me deslocar à aldeia.
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Capela de S. Miguel - Penas Róias
Em conversas tidas com o falecido Alberto Isidoro, vieram diversas vezes à baila as ruínas da capela de S. Miguel, junto à ribeira, em Penas Róias. Nunca tinha conseguido encontrá-la, até que ontem, quando estava no belo parque de merendas, pedi instruções a ti António Fernandes, que me ensinou o caminho. E lá dei com ela!
Com um arco de entrada que presumo de volta redonda, e um arco de configuração gótica a meio, deve ser contemporânea da capela de S. Fagundo, em Urrós. Curiosamente, ambas tiveram o mesmo triste fim: a ruína e a infestação por vegetação selvagem. É pena, pois são dois templos pequenos, mas muito bonitos (pelo menos, a julgar pelos restos mortais). Falaram-me na intenção de a recuperar. Oxalá o pessoal da aldeia se anime.
O local é aprazível e seria um bonito complemento para o referido parque.
Pelo menos, que façam uma limpeza aos vestígios existentes. Já ajudava qualquer coisa...
Entretanto, na base do monte, chamou-me a atenção um buraco que me parece tratar-se de uma exploração mineira. Como a equipa de arqueólogos espanhóis estará de volta para a semana, tentarei tirar as dúvidas com eles.
Com um arco de entrada que presumo de volta redonda, e um arco de configuração gótica a meio, deve ser contemporânea da capela de S. Fagundo, em Urrós. Curiosamente, ambas tiveram o mesmo triste fim: a ruína e a infestação por vegetação selvagem. É pena, pois são dois templos pequenos, mas muito bonitos (pelo menos, a julgar pelos restos mortais). Falaram-me na intenção de a recuperar. Oxalá o pessoal da aldeia se anime.
O local é aprazível e seria um bonito complemento para o referido parque.
Pelo menos, que façam uma limpeza aos vestígios existentes. Já ajudava qualquer coisa...
Entretanto, na base do monte, chamou-me a atenção um buraco que me parece tratar-se de uma exploração mineira. Como a equipa de arqueólogos espanhóis estará de volta para a semana, tentarei tirar as dúvidas com eles.
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