A dica proveio do meu habitual guia em Urrós: ti Bárrios. Disse-me que ti Zé Maria (gaiteiro) conhecia outro lagar rupestre para além do "Lagarico" de que já aqui falei. Nem de propósito, quando conversava acerca disso com o Victor Lopes, apareceu ti Zé Maria. Combinámos para domingo à tarde e lá fomos. O local, como de resto todos os sítios virados para o Douro, é lindíssimo. Mas, faz lembrar a expressão "onde o Judas perdeu as botas"! De qualquer modo, sem guia conhecedor e sem um bom veículo TT é impossível aceder ao dito lagar.
O lagar situa-se na zona conhecida por "Bouça" que, segundo ti Zé Maria, foi local de plantio de vinha, podendo, inclusive, encontrar-se vestígios dessa cultura nas redondezas.
No percurso da subida, parámos nas imediações do castro do Picão de Bouça d'Aires para ver esta pedra (a que chamam, em Urrós, "pedra parideira"), sujeita a erosão alveolar (fenómeno geológico vulgarmente designado por "tafoni"), semelhante a muitas que se encontram um pouco por todas as arribas do Douro Internacional.
No final da jornada, houve tempo para beber uma mini fresquinha num dos cafés da aldeia e de dar dois dedos de conversa com o mestre gaiteiro. Depois, rumámos até sua casa, onde a sua simpática e amorosa esposa nos agraciou com umas saborosas fatias de "bolo mulato", confeccionado pela filha, e ele nos falou sobre as suas gaitas-de-fole.
Fica aqui um grande bem-haja ao Victor pela disponibilidade para nos acompanhar com a sua carrinha, sem a qual não teríamos conseguido descer até ao lagar.
figuras, património, lugares e histórias que fazem (e fizeram) o quotidiano mogadourense
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domingo, 23 de abril de 2017
sábado, 18 de julho de 2015
Igreja de Urrós
Até apetece dizer que agora aprendi o caminho e não saio de lá. Mas, Urrós é uma aldeia com um tremendo potencial e fonte inesgotável de riqueza patrimonial e histórica. Hoje, tocou-me ir visitar a igreja paroquial. O cicerone voltou a ser tiu Barrios e, desta vez, acompanhou-nos o amigo Beto Costa. Quanto ao templo em si, consta numa das colunas a data de 1771. Certamente uma das muitas em que sofreu obras de beneficiação e remodelação.
O cura Simão Vaz Frois, na resposta ao inquérito paroquial de 1758, deixou escrito que o orago é Santa Maria Madalena e que a igreja "tem sinco altares, em o maior está o orago Santa Maria Madalena, e em dois colaterais, da parte do Evamgelio, está em o primeiro Nossa Senhora do Rosario, em o segundo, o Santissimo Christo da Piedade, em o primeiro colateral da parte Epistola esta Santo Antonio, o Menino Jesus, Santo Ubaldo, em o segundo esta Santa Barbora. Tem duas naves, não tem irmandades." (in "As Freguesias do Distrito de Bragança...", coordenação de J. V. Capela, pp. 564/565).
Armário ricamente trabalhado, que faz parte do espólio do templo.
Uma das muitas bodegas de Urrós. Infelizmente, e ao contrário desta, a maior parte encontra-se em ruínas. É um aspecto a merecer a atenção das entidades responsáveis pela gestão municipal. Podia criar-se aqui um pólo de atracção a considerar. Assim houvesse boa vontade...
Uma nota final para a capela de São Fagundo. Segundo o cura de 1758, ela ainda estava completa nesse ano, sendo o seu responsável o padre Francisco Xavier Sopico, de Vimioso.
O cura Simão Vaz Frois, na resposta ao inquérito paroquial de 1758, deixou escrito que o orago é Santa Maria Madalena e que a igreja "tem sinco altares, em o maior está o orago Santa Maria Madalena, e em dois colaterais, da parte do Evamgelio, está em o primeiro Nossa Senhora do Rosario, em o segundo, o Santissimo Christo da Piedade, em o primeiro colateral da parte Epistola esta Santo Antonio, o Menino Jesus, Santo Ubaldo, em o segundo esta Santa Barbora. Tem duas naves, não tem irmandades." (in "As Freguesias do Distrito de Bragança...", coordenação de J. V. Capela, pp. 564/565).
Armário ricamente trabalhado, que faz parte do espólio do templo.
Uma das muitas bodegas de Urrós. Infelizmente, e ao contrário desta, a maior parte encontra-se em ruínas. É um aspecto a merecer a atenção das entidades responsáveis pela gestão municipal. Podia criar-se aqui um pólo de atracção a considerar. Assim houvesse boa vontade...
Uma nota final para a capela de São Fagundo. Segundo o cura de 1758, ela ainda estava completa nesse ano, sendo o seu responsável o padre Francisco Xavier Sopico, de Vimioso.
domingo, 21 de junho de 2015
Urrós: "Pegadas dos Mouros", necrópole e "Pena Campã"
Mais uma viagem a Urrós, na demanda das inúmeras riquezas patrimoniais e arqueológicas que o seu território alberga. Mais uma vez, a condução foi feita por ti Artur Bárrios, complementada pela preciosa colaboração do alcaide local, Belarmino Pinto. O objectivo principal da visita era a fraga com gravuras em forma de pegadas. Ti Bárrios não sabia bem o nome. Chamava-lhe a fraga do testamento, pois terá ouvido a um estudioso, em tempos, que as gravuras seriam uma espécie de testamento. Começámos por visitar duas sepulturas pétreas, próximas das ruínas da capela de S. Fagundo. Numa primeira visita ao local já tinha identificado e fotografado uma parte desta necrópole. Hoje referenciei o que me faltava. Parece que terão existido algumas antas, ou cistas, perto deste local. Porém, trabalhos agrícolas destruíram as estruturas, sendo praticamente impossível observar o que quer que seja. Tal como destruíram o que se supõe fosse um forno romano. Que pena...
Curioso algeroz, junto a uma casa de arquitectura que indicia origem judaica.
A capela de S. Fagundo.
As duas sepulturas que me faltava fotografar. A este propósito, deixo aqui uma pequena citação que poderá deixar pistas sobre a sua cronologia: “Tentando estabelecer uma cronologia e tipologia para estas sepulturas, os arqueólogos dizem que as primeiras são as de planta oval, rectangular ou trapezoidal, e pertencem aos séculos VI/VII. A partir do século VIII, ter-se-à iniciado um movimento no sentido da antropomorfização das sepulturas. Movimento que atingiria o seu período áureo nos séculos IX-XI. A partir daqui, continua VALERA (1990), cairiam em desuso, mas a sua utilização é atestada até aos séculos XII-XIV. António Cruz defende mesmo a sua utilização, no mínimo, até ao século XV. COIXÃO (1999), para as sepulturas da capela de São João, Prazo, propõe datas semelhantes: as sepulturas escavadas na rocha, séculos V/VII; sepulturas construídas com pedras alinhadas, séculos VII/VIII-IX. Para os sarcófagos graníticos antropomórficos, séculos XII/XIII.” - O CULTO DE MITRA E AS SEPULTURAS ESCAVADAS NA ROCHA, por António Maria Romeiro Carvalho, in AÇAFA on line, nº 2 (2009), pág. 14.
A famosa rocha com as "Pegadas dos Mouros". No "Portal do Arqueólogo" é dito que “A superfície gravada terá cerca de 3 metros de comprimento por dois de largura, e apresenta grande quantidade de covinhas e pegadas, para além de muitas concavidades naturais. A sua cronologia será quase seguramente medieval, devendo estar relacionada com o sítio de São Fagundo, em que se insere.”
A visita terminou com uma ida a "Pena Campã". Segundo a tradição, estas cavidades interiores produziriam sons semelhantes ao de campainhas. Daí o nome. Hoje, como se pode observar pelos vestígios deixados no interior, este sítio, além de ser um local de atracção para os visitantes e para os locais, é igualmente frequentado por javardos de duas patas.
Ti Bárrios e Belarmino Pinto em frente a Pena Campã.
Vista lateral do monumento natural, que deixa percepcionar que se terá fraccionado algures no tempo. Segundo os meus guias, este sítio serviria para estiar as ovelhas.
Foi mais uma visita profícua, plena de interesse. Outros sítios ficaram ainda por ver. Fica para próxima oportunidade. Um abraço aos meus pacientes cicerones.
Curioso algeroz, junto a uma casa de arquitectura que indicia origem judaica.
A capela de S. Fagundo.
As duas sepulturas que me faltava fotografar. A este propósito, deixo aqui uma pequena citação que poderá deixar pistas sobre a sua cronologia: “Tentando estabelecer uma cronologia e tipologia para estas sepulturas, os arqueólogos dizem que as primeiras são as de planta oval, rectangular ou trapezoidal, e pertencem aos séculos VI/VII. A partir do século VIII, ter-se-à iniciado um movimento no sentido da antropomorfização das sepulturas. Movimento que atingiria o seu período áureo nos séculos IX-XI. A partir daqui, continua VALERA (1990), cairiam em desuso, mas a sua utilização é atestada até aos séculos XII-XIV. António Cruz defende mesmo a sua utilização, no mínimo, até ao século XV. COIXÃO (1999), para as sepulturas da capela de São João, Prazo, propõe datas semelhantes: as sepulturas escavadas na rocha, séculos V/VII; sepulturas construídas com pedras alinhadas, séculos VII/VIII-IX. Para os sarcófagos graníticos antropomórficos, séculos XII/XIII.” - O CULTO DE MITRA E AS SEPULTURAS ESCAVADAS NA ROCHA, por António Maria Romeiro Carvalho, in AÇAFA on line, nº 2 (2009), pág. 14.
A famosa rocha com as "Pegadas dos Mouros". No "Portal do Arqueólogo" é dito que “A superfície gravada terá cerca de 3 metros de comprimento por dois de largura, e apresenta grande quantidade de covinhas e pegadas, para além de muitas concavidades naturais. A sua cronologia será quase seguramente medieval, devendo estar relacionada com o sítio de São Fagundo, em que se insere.”
A visita terminou com uma ida a "Pena Campã". Segundo a tradição, estas cavidades interiores produziriam sons semelhantes ao de campainhas. Daí o nome. Hoje, como se pode observar pelos vestígios deixados no interior, este sítio, além de ser um local de atracção para os visitantes e para os locais, é igualmente frequentado por javardos de duas patas.
Ti Bárrios e Belarmino Pinto em frente a Pena Campã.
Vista lateral do monumento natural, que deixa percepcionar que se terá fraccionado algures no tempo. Segundo os meus guias, este sítio serviria para estiar as ovelhas.
Foi mais uma visita profícua, plena de interesse. Outros sítios ficaram ainda por ver. Fica para próxima oportunidade. Um abraço aos meus pacientes cicerones.
sábado, 16 de maio de 2015
O "Lagarico" e o Museu Rural de Urrós
"Urrolus" no séc. XIII e "Hurroos" no séc. XIV, Urrós pertenceu ao extinto concelho de Algoso até à reforma administrativa do séc. XIX. Depois, passou a integrar o actual concelho de Mogadouro. Esta vetusta aldeia encerra no seu território um dos mais vastos patrimónios arqueológicos da região. Só por isso, merece bem umas quantas visitas. Além do mais, o casco urbano é bonito e encontra-se razoavelmente preservado. Já perdi a conta às minhas incursões arqueológicas, mas ainda não vi tudo, pelo que outras se seguirão.
Desta feita, fui conhecer o sítio do "Lagarico", referenciado no chamado "Endovélico" e a que o meu amigo Artur Barrios já me tinha prometido conduzir. A viagem foi quase acrobática, pois foi feita em cima do pára-lamas de um Landini 6500. O que, em terreno extremamente sinuoso e inclinado não é tarefa para todos... Mas, valeu bem a pena, pois permitiu-me descobrir o terceiro lagar escavado na rocha (depois do de Tó e do de Algosinho). O local é bem próximo do caudal do Douro e situa-se em zona que outrora foi cultivada com vinha. Actualmente, campeia por ali uma vasta e densa mata de belíssimos zimbros.
Vista deslumbrante do sítio...
Pormenores do lagar, que apenas possui o chamado "calcatorium", sem o "lacus", embora haja alguma pedra solta no local, que indicia a eventual construção de estrutura inferior de apoio. Tal como nos que visitei anteriormente, a cronologia é indeterminada por falta de elementos de suporte que permitam indicar uma época definida.
O meu guia, cuja amizade muito me honra e apraz.
Uma vez regressados à aldeia, encontrámos o alcaide local, Belarmino Pinto, que fez questão de me mostrar o Museu Rural de Urrós, instalado nesta bonita casa, logo por detrás da torre sineira que servia para tocar a rebate sempre que "pássaro estranho entrava na gaiola", no feliz dizer de um investigador. Ou seja, sempre que algum passarão de fora rondava uma menina lá da aldeia, este sino servia para dar o sinal e obrigar o atrevido a "pagar o vinho".
Duas estelas funerárias encontradas por um habitante local quando agricultava um terreno seu, que espero que o Armando Redentor estude condignamente para depois nos fornecer a sua avisada leitura.
Pedra da parede do Museu, que foi certamente reutilizada, pois são bem visíveis três cruzes, que indiciam que fez parte da padieira de alguma porta, indicando que ali habitava cristão-novo.
Curioso e rude artefacto que servia para desmamar os vitelos. O conceito era assaz violento, como o próprio Belarmino me referiu.
O meu grande bem haja aos meus dois guias nesta manhã esplêndida que passei em terra de roleses.
Desta feita, fui conhecer o sítio do "Lagarico", referenciado no chamado "Endovélico" e a que o meu amigo Artur Barrios já me tinha prometido conduzir. A viagem foi quase acrobática, pois foi feita em cima do pára-lamas de um Landini 6500. O que, em terreno extremamente sinuoso e inclinado não é tarefa para todos... Mas, valeu bem a pena, pois permitiu-me descobrir o terceiro lagar escavado na rocha (depois do de Tó e do de Algosinho). O local é bem próximo do caudal do Douro e situa-se em zona que outrora foi cultivada com vinha. Actualmente, campeia por ali uma vasta e densa mata de belíssimos zimbros.
Vista deslumbrante do sítio...
Pormenores do lagar, que apenas possui o chamado "calcatorium", sem o "lacus", embora haja alguma pedra solta no local, que indicia a eventual construção de estrutura inferior de apoio. Tal como nos que visitei anteriormente, a cronologia é indeterminada por falta de elementos de suporte que permitam indicar uma época definida.
O meu guia, cuja amizade muito me honra e apraz.
Uma vez regressados à aldeia, encontrámos o alcaide local, Belarmino Pinto, que fez questão de me mostrar o Museu Rural de Urrós, instalado nesta bonita casa, logo por detrás da torre sineira que servia para tocar a rebate sempre que "pássaro estranho entrava na gaiola", no feliz dizer de um investigador. Ou seja, sempre que algum passarão de fora rondava uma menina lá da aldeia, este sino servia para dar o sinal e obrigar o atrevido a "pagar o vinho".
Duas estelas funerárias encontradas por um habitante local quando agricultava um terreno seu, que espero que o Armando Redentor estude condignamente para depois nos fornecer a sua avisada leitura.
Pedra da parede do Museu, que foi certamente reutilizada, pois são bem visíveis três cruzes, que indiciam que fez parte da padieira de alguma porta, indicando que ali habitava cristão-novo.
Curioso e rude artefacto que servia para desmamar os vitelos. O conceito era assaz violento, como o próprio Belarmino me referiu.
O meu grande bem haja aos meus dois guias nesta manhã esplêndida que passei em terra de roleses.
segunda-feira, 2 de março de 2015
Estação de Urrós - o degredo total
A última visita que fiz à estação ferroviária de Urrós deixou-me francamente desanimado. Tenho vindo a constatar uma selvática pilhagem deste património. Sobretudo, de azulejos. Até o belo painel frontal retiraram... Existe por lá uma placa a publicitar a venda. Mas, depois da ruína total, será que ainda haverá interessados?
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Lápides romanas em Urrós
Clicar nas imagens para ampliar.
Interessante achado arqueológico em Urrós, nas proximidades das ruínas da capela de S. Fagundo, em Urrós (fonte: Abade de Baçal, in "Memórias..."). O respeitável investigador caustica aqui os defensores da manutenção dos achados nas respectivas localidades. Por muita bondade que se ache nas suas razões (nomeadamente, o facto de permitirem o estudo comparado), o que é certo é que os achados arqueológicos que foram para o Museu brigantino parecem ter tomado "chá de sumiço", pois quem visita aquela estrutura não vê lá nada do que supostamente para lá foi remetido. Ao contrário do Abade, eu acho que deviam ser os investigadores a vir ao local. Que fotografem, meçam, analisem, estudem, mas deixem cá ficar os "calhaus", que nós também gostamos de os ver e de os mostrar a quem nos visita...
terça-feira, 2 de agosto de 2011
"Auto da Criação do Mundo" em Urrós
No próximo dia 19 de Agosto, vamos poder assistir em Urrós ao "Auto da Criação do Mundo". Nesse dia, ainda, haverá um jantar, com o custo simbólico de € 7,00 por pessoa (com a receita a reverter para a conclusão de obras sociais importantes da aldeia). As inscrições para o jantar/convívio podem ser feitas até ao dia 16 de Agosto no Lar de Idosos de Urrós.
No dia 18, haverá na Casa do Povo de Urrós uma palestra sobre teatro tradicional transmontano. A não perder...
Folha com texto (data desconhecida).
No dia 18, haverá na Casa do Povo de Urrós uma palestra sobre teatro tradicional transmontano. A não perder...
Imagem de auto (data desconhecida).
Folha com texto (data desconhecida).
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Urrós - pequena nota toponímica
A visita a Urrós suscitou conversa animada com um amigo que gosta destas andanças e o tema acabou no topónimo "Urrós". Defende esse meu amigo que o nome deriva de "ourrieta" (língua basca) que significa terra agrícola fértil ou terreno de pastorícia, normalmente utilizada para designar um pequeno vale arável. Por sua vez, Amadeu Ferreira defende que o topónimo deriva do latim "horreum", que significa celeiro. A que, neste caso, se terá que adicionar o sufixo "olus" (pequeno). Teríamos assim que Urrós derivaria da expressão "pequeno celeiro". Pessoalmente, parecem-me as duas dignas de crédito. Por um lado, Urrós está rodeada de terreno fértil. Por outro lado, como muito bem refere Amadeu Ferreira, em Urrós abundam as "bodegas", que não são mais do que pequenas adegas ou armazéns, onde ainda hoje se guardam bens agrícolas. Ainda a favor da tese de Amadeu milita o facto por ele apontado de os habitantes da freguesia serem conhecidos por "roleses".
Nota: este texto estava integrado no post anterior, mas justifica autonomia. Daí a separação. Quanto a Urrós, já tenho marcada nova visita, pois, segundo informações entretanto obtidas, "cheira-me" a novidade arqueológica. A ver vamos...
Pormenor que mostra uma parte da gravura serpentiforme existente na base do "Altarico".
Nota: este texto estava integrado no post anterior, mas justifica autonomia. Daí a separação. Quanto a Urrós, já tenho marcada nova visita, pois, segundo informações entretanto obtidas, "cheira-me" a novidade arqueológica. A ver vamos...
domingo, 10 de abril de 2011
Altarico e "castelo" de Urrós
Vista geral do Altarico, com a gravura serpentiforme na rocha do canto inferior direito. Ao lado do altar a rocha foi escavada. Alguns estudiosos do local afirmam que ali existiu uma pia lustral.
Curiosamente, o altar tem sete degraus...
Pedras fincadas: a primeira estrutura defensiva do castro.
Aspecto do torreão principal do castro.
Pano de muralha castreja.
Vista panorâmica que se alcança do topo do castro.
Idem.
Eu e tiu Artur Barrios (foto: Raquel Azevedo).
Restos de construção circular dentro do perímetro do castro.
Parte de uma mó a decorar o muro de habitação próxima do Altarico e castro.
Fotos: Antero Neto.
Urrós é aldeia plana, airosa e bonita. Situado no limite do concelho, o seu termo guarda tesouros arqueológicos e patrimoniais dignos de nota. Já aqui trouxemos a capela de S. Fagundo, as sepulturas cavadas na rocha, as bodegas, etc...Desta vez fui na demanda do "castelo" de Bouça D'Aires e do "Altarico". Nessa tarefa tive a preciosa e inestimável ajuda do amigo Artur Barrios, velho compincha dos tempos do tribunal de Mogadouro. O castro ainda apresenta algumas estruturas identificáveis. O acesso não é mau. O Altarico fica a cerca de 100 metros do castro e encontra-se bem conservado. Pena foi que durante a abertura do caminho fosse soterrada uma sepultura escavada na rocha. Próximo do local foi restaurada e ampliada uma velha construção que deu lugar a uma aprazível moradia de férias. Contudo, lamenta-se que os donos utilizem partes de mós (que certamente vieram do castro ou arredores) para decorar o muro. Estas peças deveriam estar no museu de Mogadouro. Fica o alerta e a sensibilização...
Este castro foi romanizado, pois nas redondezas foram encontradas tegulae.
E nem de propósito (vide posts anteriores), foi identificada na base do Altarico uma escultura serpentiforme. Mais uma prova da importância dos ofídios na religião e iconografia pré-cristã nestas paragens.
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