Sábado à tarde fui até Torre de Moncorvo assistir a uma interessante conferência sobre a Maçonaria em Trás-Os-Montes, tendo como orador Rogério Rodrigues. Antes de uma animada e enriquecedora tertúlia informal que envolveu, além do citado conferencista, Nelson Rebanda (nosso conterrâneo pela via materna - Vilarinho dos Galegos), Pimenta de Castro e um antropólogo espanhol de nome Angel, tive oportunidade para trocar algumas impressões com o meu colega Carlos Seixas que, tal como eu, também é um apaixonado da História. E foi ele que trouxe à liça a questão do "alardo da Vilariça". O alardo é uma espécie de parada militar com revista às tropas. Fernão Lopes, o cronista, deu especial enfoque a este alardo que teve lugar em 1386 e que coincidiu com a reunião das tropas de D. João I, Mestre de Avis e de D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável, na sequência da crise de 1383. Fernão Lopes descreveu-o como o "mais fermoso alardo". Não se sabe ao certo o local onde terá decorrido.
A maioria dos estudiosos inclina-se para o Vale da Vilariça, em Torre de Moncorvo. O Dr. Carlos Seixas, tal como outros, em minoria, defende que se trata da Vilariça de Mogadouro. Aí é que reside a novidade e o interesse da questão. Parece-me que tem toda a lógica, atendendo a que, como é sabido, o Mestre de Avis esteve acampado em Azinhoso. Ali bem perto...
E por falar nisso, a historiografia oficial diz que o Mestre concedeu foral ao Azinhoso pela devoção a Santa Maria. Mas há quem defenda razões bem mais prosaicas. Como Mogadouro tomou o partido de Castela, D. João I quis castigá-lo e retirar-lhe território com a criação deste minúsculo concelho...
Teorias...