Povoado implantado num relevo em esporão que se desenvolve sobre a Ribeira da Freixeda, a noroeste da aldeia de Castelo Branco, junto ao santuário da Srª das Vilas Velhas. O local detém excelentes condições de defesa natural, sendo completamente inacessível pelos sectores oriental, sul e ocidental, todos eles a caírem abruptamente sobre o apertado meandro que a Ribeira da Freixeda descreve neste ponto do seu curso. O istmo de acesso é realizado a partir da vertente norte, que revela uma geomorfologia muito mais suave. É sobre essa área, actualmente ocupada com oliveiras, que se detectaram os vestígios cerâmicos de superfície mais significativos. Estes constituem-se fundamentalmente por fragmentos cujas pastas apontam para cronologias balizadas entre a romanização e a Idade Média. Da arquitectura defensiva permanecem alguns derrubes de uma única linha de muralha realizada à base de pedra partida de xisto que arranca a norte e protege todo o sector ocidental. No interior do perímetro amuralhado, de configuração alongada, podem-se observar alguns derrubes pertencentes a antigas construções. A sul da plataforma de ocupação foi escavado no afloramento rochoso uma estrutura de planta quadrangular, muito atulhada e destruída, que poderá corresponder a um lagar." in Portal do Arqueólogo.
Tinha-me ficado vontade de regressar a este local, sobretudo para melhor observar o suposto "lagar", uma vez que, na primeira visita, estava cheio de água.
As dúvidas permanecem. Pode ter sido, efectivamente, um lagar, mas também um simples depósito de água. Só uma limpeza cuidadosa e total do sítio poderia, eventualmente, ajudar esclarecer a questão.
Castelo Branco, a espreitar ao longe...
Pano de muralha. Podem observar-se no local abundantes fragmentos de tegulae, o que confirma a tese da romanização. A pedra derrubada já não é muita e uma parte da estrutura foi danificada por trabalhos agrícolas e de abertura de caminhos. É vox populi que já foram encontradas moedas romanas no local. Seria interessante poder constatar a sua real existência e observá-las para determinar a sua cronologia. Deparei-me ainda com um objecto que pode ser um machado de pedra (não tenho a certeza se teria essa funcionalidade, mas não tenho dúvidas de que era um instrumento de uso humano).
Fotos: Antero Neto.