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Graças a uma dica amiga do Zé Joaquim, fui descobrindo dados muito interessantes acerca da figura de Henrique Trindade Coelho, o multifacetado filho do escritor mogadourense José Francisco. Nomeadamente através da obra de Helena Matos. Esta investigadora revela-nos na "Construção do Mito", que Henrique teve efectivamente a ambição e as condições para ascender a chefe de governo quando integrou o executivo liderado por Ivens Ferraz. Terá confiado demasiado nos apoios que lhe prometeram, entre os quais o do próprio Salazar. Enredado na teia de uma certa vaidade, na prosápia inflamada e nos próprios estratagemas que foi engendrando, entre os quais uma homenagem a seu pai, que tentou capitalizar a seu favor, foi perdendo terreno para o arguto concorrente que acabou por cortar a meta em primeiro. É após esse desfecho que parte para Paris, tendo como destino final Roma e o Vaticano, onde viria a tornar-se íntimo do futuro Pio XII.
Arnaldo Madureira (Salazar e a Igreja) define Henrique como "ex-livre pensador e agnóstico, que se convertera ao catolicismo e às ideias fascistas". Por sua vez, João Medina (Salazar, Hitler...) incluiu-o na "gente que ia do fascismo puro (..., Henrique Trindade Coelho, ....)".