Sobre Saldanha e os respectivos achados romanos, já tinha falado aqui e aqui. Os arqueólogos mencionam uma grande necrópole, cuja dimensão se pode atestar pela quantidade abundante de estelas encontradas no local (algumas partidas, outras desaparecidas e outras guardadas na sala museu de Mogadouro). Esta realidade permite-nos especular sobre a existência de um (ou mais do que um) habitat romano relevante na zona da actual aldeia de Saldanha. Quanto à capela de Santa Marinha, a sua construção já foi de tal modo adulterada que será extremamente difícil tentar situar cronologicamente a sua origem (sobre a padroeira da capela, veja-se mais informação aqui). No interior conserva ainda um arco de volta quase perfeita, que aponta para uma origem medieval tardia. Mas, isto são apenas suposições...
Estela localizada no cunhal do lado esquerdo da porta de entrada, com a seguinte inscrição: D M S / CORNELIAE / FLAVINAE / UXORI / ANNORUM XXXV / M (fonte: Portal do Arqueólogo). Presumo que seja dedicada à esposa, chamada Flavínia, falecida com 35 anos de idade.
Estela situada no cunhal do lado direito da porta da entrada, com a seguinte inscrição: AM / NILLAE / ANNO L / M SVLP / FLAVO / UXORI SAN / TISSIMAE (fonte: Portal do Arqueólogo). Igualmente dedicada à esposa, falecida com 50 anos de idade.
Estela situada no interior da capela, na base esquerda do arco, com a seguinte inscrição: CAPITO / MARITVS / P (fonte: Portal do Arqueólogo).
Cunhal do lado esquerdo, onde são observáveis, além da estela já descrita, mais três pedras que tudo aponta para que sejam igualmente estelas, atento o material e a forma que apresentam. Os arqueólogos mencionam apenas duas, mas são visíveis três.
Fotos: Antero Neto (clicar nas imagens para ampliar).
Quero deixar aqui o meu agradecimento ao Victor Valdemar Lopes,cujo contributo e presença foi importante para a possibilidade de observação integral das estelas, e ao sr. Domingos, que facultou a entrada no interior do templo.