sábado, 2 de novembro de 2013

Regresso a Travanca - a Fraga de Pedro Galego

Aquando da última ida a Travanca, fiquei com a sensação de que a Fraga de Pedro (ou Peredo) Galego merecia uma segunda visita mais pormenorizada. Continuo a não conseguir trepar ao topo. Mas, também não foi isso que lá me levou. Foi, outrossim, a impressão com que fiquei de que na base do megalito natural se encontra um monumento funerário, do género anta, ou dólmen. Depois de observar algumas fotografias de monumentos desse tipo na Galiza e no Noroeste de Portugal, tive a percepção de que estaremos, efectivamente, perante um tumulus megalítico.

A estrutura resulta, pelo menos parcialmente, de intervenção humana e tem uma câmara no interior das pedras dispostas por forma a criar um abrigo. Após uma breve sondagem superficial no recinto, apenas ali encontrei um pequeno fragmento cerâmico.
Paralelamente a esta construção, e já na parede da Fraga propriamente dita, detectei dois degraus com cerca de um metro de largura, por 20 ou 30 cms de profundidade. Como não têm continuidade, presumo que se trate de uma espécie de altar, ou santuário. Por cima, ainda na parede, existem algumas marmitas invertidas.
Fotos: Antero Neto (clicar nas imagens para ampliar).
Claro que, desconheço a cronologia destas intervenções, pelo que, tudo o que aqui ficou dito não passa de mera especulação minha. Contudo, atendendo ao contexto geográfico concreto, à importância que na aldeia é atribuída à Fraga de Pedro Galego, às insculturas existentes no seu topo e à proximidade de um santuário cristão (que, normalmente, são erigidos sobre locais de culto pré-cristão), tudo leva a crer que estejamos perante um sítio sagrado, com especial significado. Esta foi também a opinião do historiador Pimenta de Castro, que me acompanhou.