Fotos gentilmente cedidas por Tiago Ferreira.
Está patente ao público, até ao próximo dia 25 de Maio, nas instalações da Casa da Cultura de Mogadouro, uma exposição intitulada "Liberdade que estais em mim...", alusiva à transição democrática operada em Portugal por força do 25 de Abril de 1974. Do conteúdo do certame constam alguns documentos interessantes, nomeadamente no que diz respeito à actividade da PIDE.
Foi pena que no painel que se observa na primeira foto, não figurassem os nomes dos dois primeiros comandantes dos destinos concelhios mogadourense após a revolução dos cravos, dr. Alves e dr. Manuel Pardal de Castro. A explicação prende-se com o facto de não terem sido eleitos. Apesar de respeitar o critério, entendo que deveriam constar. A omissão, além de injusta, pode levar os mais incautos a pensar que existiu vazio de poder, ou então, no limite, pode permitir mais alarvidades como a que debitou o escritor Rentes de Carvalho, em entrevista concedida ao jornal "Sol", onde afirmou que "em Mogadouro, no ano passado, houve uma mudança de presidente da Câmara, que estava na posse de uma família há mais de 150 anos, iam passando de pais para filhos o cargo de presidente da Câmara. Até ao ano passado, em que terminou uma dinastia camarária em Mogadouro". Além da ignorância atroz que revela, esta afirmação é um claro insulto a Mogadouro e aos mogadourenses. Podia ter utilizado exemplos que bem melhor conhece, nomeadamente Torre de Moncorvo. Mas, a nossa memória é muitas vezes selectiva.
E, por falar em memória selectiva, lembro-me imediatamente da "cultura" selectiva. Vem isto a propósito de uma intervenção de um membro da Assembleia Municipal de Mogadouro, eleito nas listas do PS, a propósito da não participação de alguns políticos do PSD em eventos culturais recentemente promovidos pelo Município. Embora lhe assista alguma razão, a verdade é que não me lembro de o ter visto em nenhuma manifestação cultural do concelho nos últimos 12 anos. São memórias muito selectivas...