Foi com imenso prazer que me desloquei a Bemposta para mais uma jornada de Cultura local. E foi com prazer porque fui assistir à apresentação de um livro de autoria de uma pessoa que conheci há relativamente pouco tempo, mas que depressa aprendi a respeitar e admirar. Falo de António Cangueiro. Natural de Bemposta, fez a maior parte do seu percurso biográfico nos quadros da Marinha de Guerra Portuguesa. Em 2005 licenciou-se no ISCAL. É um conterrâneo nosso extremamente devotado à causa da Cultura transmontana. Recordo que foi o responsável pela tradução do meu conto "Pedro" para a língua mirandesa (pode ser lido nos "Homens de Granito"). Este livro, "Contas que a minha mãe me contava", é um interessante repositório da tradição oral local. Com ilustrações da responsabilidade de sua filha, a arquitecta Sara Cangueiro, a obra dá-nos a conhecer o universo imaginário do fantástico transmontano. Algumas histórias são conhecidas de todos, mas o autor reveste-as com roupagens peculiares, fazendo-nos recuar ao maravilhoso tempo em que não havia telenovelas para alienar as massas. Parabéns a António Cangueiro, a sua mãe Maria Joaquina Garcia e a Mário Correia pela deliciosa apresentação que nos proporcionou. Parabéns igualmente à Junta de Freguesia local, na pessoa de António Martins, que mais uma vez demonstrou o seu apreço pela Cultura, e ao município local, representado pela senhora vereadora da Cultura, Virgínia Vieira.
O autor (foto: Antero Neto)
Eu e o autor (foto: Pimenta de Castro).
A mesa (foto: Antero Neto).