Foto: Antero Neto.
Situada na parte antiga da vila, esta vetusta artéria liga o Largo Trindade Coelho ao Largo Conde Ferreira. Encontra-se intimamente ligada às primeiras memórias que tenho de Mogadouro. Quando aqui me fixei (com 5 anos de idade), juntamente com a minha família, morava aqui perto. Mais precisamente, nas traseiras da escola primária do Largo Conde Ferreira, onde me estreei nos estudos. Por isso, lembro-me de percorrer esta rua, que fervilhava de gente (muita dela acabada de regressar de África). Recordo-me dos "sótos" do ti Guilherme e do ti Zé Carvalho. Das tascas; da livraria do ti Amílcar. Tantas e doces memórias de infância...
Quem percorre esta via, se for observando com atenção, depara-se com alguns pormenores arquitectónicos deliciosos, como por exemplo uma casa com a fachada coberta por azulejos verdes, onde se encontram dois pequenos e curiosos painéis que nos fornecem pistas sobre o nome do primitivo proprietário. Ou outra fachada coberta com azulejos amarelos. E outras que valem a pena uma passeata mais demorada...
Mas, quem foi a santa que deu nome à rua? Já aqui falei anteriormente sobre ela. Foi Santa Marina, que por cá nasceu e viveu no séc. XV, tendo ido para terras de Salamanca, em Espanha, onde acabou por se fixar e falecer, sendo ali muito venerada.
O Abade de Baçal, no Tomo VII das suas "Memórias..." coloca em causa a data de 1450 indicada num dos documentos que aqui parcialmente reproduzo. Fica a dúvida. O convento situa-se em frente a Lagoaça, em território da província de Salamanca.
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