I. OS PELOURINHOS
“Os pelourinhos, solitárias mas majestosas colunas de pedra,
são o símbolo material da autoridade e autonomia de concelhos medievais e de
alguns senhores laicos e religiosos. O pelourinho primitivo seria uma simples
coluna de pedra cravada no chão, dando centralidade ao local que ocupava. Seria
a continuidade da vara, símbolo do poder que era atribuído, primeiro, pela
divindade, ao condutor de homens, como lembram a vara de Moisés, o báculo do
bispo ou do papa, a vara do provedor de qualquer irmandade ou confraria, ou
mesmo a vara do pastor, cuja vara e função têm permitido, ao longo dos séculos,
múltiplas parábolas e metáforas.” (in: PELOURINHOS
DA BEIRA INTERIOR. UMA PÁGINA ESQUECIDA NA HISTÓRIA DE PORTUGAL – António Maria
Romeiro Carvalho).
VITERBO, no seu elucidário diz-nos que “Picota” era um
pelourinho com cadeias onde os criminosos eram expostos à vergonha. A cidade de
Viseu tinha uma postura, emitida pela respectiva câmara, datada do séc. XIV, que
determinava que os talhantes e os padeiros que roubassem no peso dos respectivos
produtos fossem presos e expostos na picota.
Desenho da vila de Mogadouro (séc. XVI - Duarte d'Armas) com o pelourinho encimado por capitel em forma de gaiola.
Pormenor do capitel actual do pelourinho de Mogadouro.
Imagem do pelourinho. No lado direito da foto pode observar-se parte do belíssimo frontão da entrada do palácio dos Pegados (conhecido popularmente e erradamente por "palácio dos Távoras").
II. O PELOURINHO DE MOGADOURO
Como se pode ver na primeira imagem, o capitel original era em forma de gaiola. Esta estrutura podia servir para expor os criminosos, dependendo do seu tamanho.
“Observando o livro das fortalezas de Duarte de Armas, o
escudeiro de D. Manuel que percorreu o país desenhando as fortalezas ao
natural, percebe-se que o pelourinho original e que, muito possivelmente, era
coevo do foral manuelino, não corresponde ao actual. Era, conforme o desenho de
Duarte de Armas, um pelourinho de gaiola (MALAFAIA, 1997, p. 268).
Não se sabe em que época foi substituído pelo que hoje se
conhece. Este, ergue-se sobre uma plataforma de três degraus quadrangulares,
sobre os quais assenta a base e a coluna, formada por três anéis oitavados e
por fuste se secção octogonal, dividida em quatro registos, um dos quais deverá
ter tido uma argola. Do capitel, circular, saem quatro braços formando uma cruz
grega e o remate, em forma de pirâmide, é decorado por dois conjuntos de meias
esferas.” (in: http://www.patrimoniocultural.pt)