Mapa da vila de Mogadouro traçado pelos invasores espanhóis em 1762. A capela de Nossa Senhora do Caminho vem desenhada e assinalada (dentro do círculo a vermelho), tal como os álamos negros que ladeavam a alameda.
Cartaz das festas com a representação gráfica do andor velho, em forma de lira, que foi substituído no séc. XX pelo actual.
Terá fundamento histórico essa dita "tradição"? Não. Não obstante a maior parte dos cartazes conhecidos do séc. XX apontar sempre para essa ocasião, o que é facto é que o documento escrito mais antigo até agora conhecido menciona o dia... 15 de Agosto!
Vejamos o que escreveu o padre Luís Rodrigues de Carvalho, pároco de Mogadouro, em 8 de Abril de 1758:
"Tem a dita villa suas irmidas, hua dentro della que hé o Espirito Santo e hua pera o Poente que hé da Senhora Santa Anna. Hum nicho de Sam Sebastiam feito à romana à entrada da villa pera a parte do Norte. E se seguem duas filas de alamos pretos que fermoseiam hum grande paceio que finda na capella de Nossa Senhora do Caminho, a cuja Senhora se faz a sua festa solene a quinze de Agosto."
Esta é a informação escrita conhecida mais próxima, cronologicamente falando, da origem da festa. Quanto à data concreta do seu surgimento, não conheço documento que a refira.
Andor velho.
Quando, por quem e porque é que a data foi alterada, também não sei. Talvez tenha sido a Irmandade, criada no final do séc. XIX e que passou a organizar a festa até meados do séc. XX, a responsável pela mudança.
O que me parece é que, atendendo ao forte contingente de mogadourenses emigrados, principalmente a partir dos anos 60 do séc. XX, e que hoje perdura, faz todo o sentido retomar a data primitiva, proporcionando assim a todos os que vivem na diáspora a plena comunhão da festa junto dos seus entes queridos.