figuras, património, lugares e histórias que fazem (e fizeram) o quotidiano mogadourense
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Daniel Roxo visto por Carlos Dugos
Eis alguns trechos de um texto da autoria de Carlos Dugos sobre o nosso conterrâneo Daniel Roxo, que encontrei no Facebook:
"A acção militar de Roxo divide-se em duas fases distintas, A primeira, em Moçambique na luta contra a FRELIMO, entre 1962 e 1974. Desta acção recebeu duas Cruzes de Guerra e uma Medalha de Serviços Distintos, além de muitos louvores. A segunda reporta-se ao período entre 1974 e 1976, ano da sua morte, em Agosto, combatendo o MPLA e as forças cubanas em Angola, integrado na estrutura militar sul-africana. Desta acção recebeu a mais alta condecoração militar da África do Sul, a Cruz de Honra. Por isso o seu nome é ainda hoje celebrado em certas comunidades da África do Sul."
"Não foi junto dos grandes caçadores brancos de nomeada que fez a sua aprendizagem. A sua personalidade simples e humilde encaminhou-o para junto daqueles que, embora tão mal ou pior armados que ele, conheciam o mato como ninguém e sabiam tudo o que era necessário para caçar com o mínimo de meios."
"E o Roxo explicava: “Muitas vezes, o inimigo percebia que estávamos ali, a seu lado e à sua volta, mas não conseguia ver-nos. E isso aterrorizava-o de tal maneira que a captura se tornava fácil.“
"Esta é a segunda razão que determinou o extraordinário êxito militar do Roxo. A convivência fraterna com a sua gente negra, as cumplicidades capazes de irmanar os que se dedicavam à arte da caça ou à arte da guerrilha, criaram uma união incondicional, indispensável à vida de perigo, sofrimento e interdependência, que seria a sua durante doze anos."
"Daniel Roxo era um homem bom. E a sua bondade nada tinha a ver com uma certa “bondade” politicamente correcta que hoje tanto se apregoa. (...) Roxo era bom porque gostava das pessoas. Era bom porque combatia pela sua Pátria – sentimento que ele colocava muito alto – e porque lutava, com sacrifício pessoal, pela segurança da sua gente de Moçambique."
Texto e imagens retirados do grupo "Daniel Roxo (Portuguese hero and legend), do Facebook.