Tal como previsto, e não obstante o temporal que se abateu sobre a região, decorreu ontem a apresentação do meu livro "Vilarinho dos Galegos e os seus mascarados", simultaneamente com a recuperação do ritual do "Mascarão e Mascarinha". A jornada cultural que decorreu nesta povoação ribeirinha do concelho de Mogadouro atingiu um grau de excelência raro, dada a presença de algumas personalidades que engrandeceram sobremaneira o evento. Após uma breve visita guiada por mim ao castro com alguns dos convidados, a sessão teve início numa tenda montada para o efeito na praça central.
Os trabalhos iniciaram-se com uma actuação musical a cargo do Victor Valdemar Lopes que interpretou dois temas e prosseguiu com a performance de Paco Diez e Raul Olivar, dois grandes músicos da cena artística de Espanha, que maravilharam a assistência. Foi uma honra e um grande privilégio ter podido assistir a semelhante espectáculo!
Seguiu-se a apresentação formal do livro com intervenções do senhor presidente do Município de Mogadouro, Francisco Guimarães, do senhor presidente da União de Freguesias de Vilarinho dos Galegos e Ventozelo, Manuel Garcia, da senhora Fátima Lopes e da Dra. Célia Campos. A minha alocução e a habitual sessão de autógrafos finalizaram esta parte da festa.
Após o almoço que reuniu mais de duzentos comensais, saiu então o ritual. Como foi a primeira vez, após cerca de quarenta a cinquenta anos de interregno, esperava-se que nem tudo corresse na perfeição. Contudo e a ajuizar pelos testemunhos dos mais velhos, a festa esteve magnífica.
Os actores incarnaram na perfeição os respectivos papéis e a população aderiu entusiasticamente, fazendo com que tenha sido um completo sucesso. Já ficou nomeada a comissão organizadora da festa do próximo ano, esperando-se que tudo decorra, no mínimo, da mesma forma.
Deixo aqui uma palavra final para o alcaide, Manuel Garcia, pelo empenho que colocou na organização, bem como para todos os que com ele colaboraram, fazendo com que este dia se tenha tornado inesquecível, e ainda para toda a população de Vilarinho dos Galegos pelo carinho que me demonstrou e pelo entusiasmo colocado na vivência da sua festa. Um muito obrigado aos convidados que estiveram presentes (e alguns vieram bem de longe), em particular ao Jorge Lira, ao Mário Correia, ao Paco Diez, ao Raul Olivar, ao António Sá Gué, ao Hélder Ferreira, ao Prof. Luís Raposo, ao Luís Falcon Martin, ao Francisco Pinto e a todos os que agora não me ocorrem, bem como aos que vieram para me dar um abraço, como Arnaldo Silva, Carlos Seixas, António Júlio Andrade, Hermano Santos e outros a quem saúdo.
figuras, património, lugares e histórias que fazem (e fizeram) o quotidiano mogadourense
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domingo, 10 de janeiro de 2016
sexta-feira, 25 de março de 2011
Vilarinho dos Galegos: "Mascarão" e "Mascarinha"
"Estas duas figuras saíam no dia 6 de Janeiro para pedir esmola para o Menino Jesus. Além desta actuação na esfera do sagrado, podiam entrar em casas sem pedir autorização e roubar peças de fumeiro ou fruta.
O “Mascarão” era atacado por rapazes “com bexigas de porco cheias de ar e que ele tenta rebentar” e por isso usa uma “espada para se defender” destas investidas (PESSANHA, 1960:23).
A “Mascarinha” é um homem que se veste de rapariga. Oculta por completo a cara: usa um “pano de renda” (PESSANHA, 1960:23) para esse efeito. Além disso não falava, talvez para se manter no total anonimato. Pára nas portas a pedir esmola, que é entregue aos mordomos.
Em 1908 estas figuras estavam presentes em vários pontos do Concelho de Mogadouro: Vilarinho dos Galegos (até 1940), Quinta das Quebradas, Castelo Branco e Vila dos Sinos. "
(Eunice Pereira, IELT).
O “Mascarão” era atacado por rapazes “com bexigas de porco cheias de ar e que ele tenta rebentar” e por isso usa uma “espada para se defender” destas investidas (PESSANHA, 1960:23).
A “Mascarinha” é um homem que se veste de rapariga. Oculta por completo a cara: usa um “pano de renda” (PESSANHA, 1960:23) para esse efeito. Além disso não falava, talvez para se manter no total anonimato. Pára nas portas a pedir esmola, que é entregue aos mordomos.
Em 1908 estas figuras estavam presentes em vários pontos do Concelho de Mogadouro: Vilarinho dos Galegos (até 1940), Quinta das Quebradas, Castelo Branco e Vila dos Sinos. "
(Eunice Pereira, IELT).
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