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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Chuva de pedras, tiros e cacetadas na feira do Azinhoso, com gente de Penas Roias à mistura

 Pelourinho e aspecto do centro urbano do Azinhoso.
Castelo de Penas Roias.

O período eleitoral do final do séc. XIX e início do séc. XX, cujo panorama era dominado pelos caciques dos partidos Regenerador e Progressista, conduziu algumas vezes a fortes convulsões sociais e inerentes desacatos com consequências graves. Eis o relato de um episódio que se passou na feira do Azinhoso:

"Também não contarei a V. Exa o que aconteceu na feira do Azinhoso, onde houve uma verdadeira chuva de pedradas e tiros de revólver, aparecendo aqueles cacetes do Norte nas mãos dos de Penas Roias."


sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Arrematação das portagens de Mogadouro, Azinhoso e Penas Roias - 1759

Ainda na sequência do Sequestro dos bens dos Távoras operado em 1759, ficamos a saber que o direito a cobrar portagem nos concelhos de Mogadouro, Azinhoso e Penas Roias foi arrematado por um particular.


A arrematação foi feita pelo alfaiate Francisco Rodrigues, pelo preço anual de 15$000. O leiloeiro parece não ter gostado do negócio, pois segundo o escrivão do acto terá proferido as seguintes palavras: "mais não acho e se mais achasse mais tomara". E para finalizar, munido de um ramo na mão gritou: "dou-lhe uma, dou-lhe duas e dou-lhe outra mais pequenina". E metendo o ramo na mão ao arrematante, disse-lhe: "que lhe faça muito bom proveito."

Terá feito, certamente...

quinta-feira, 15 de junho de 2017

O arrendamento da Comenda de Santa Maria de Castelo Branco a um judeu do Azinhoso (séc. XVII)

Clicar na imagem para ampliar.

Nos finais do séc. XVII, o Marquês de Távora deu de arrendamento a um judeu da vila do Azinhoso, de seu nome Jorge de Oliveira, a Comenda de Santa Maria de Castelo Branco pela quantia anual de oito mil e quinhentos cruzados.
Porém, como houve problemas com os fiadores que eram irmãos do arrendatário e igualmente judeus, o Marquês lá acabou por exigir fiadores cristãos velhos. Se o arrendatário os apresentasse, podia ficar com o contrato.

Onde mais uma vez se prova que a religião é um bom negócio...

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Conde do Azinhoso

A vila de Azinhoso foi cabeça de condado. O primeiro conde titular foi D. Nuno Mascarenhas. Segundo a "Corografia" de António Carvalho da Costa (1706) e segundo o "Elucidário" de Viterbo (1798), o título foi criado pelo Cardeal Rei Dom Henrique. Segundo outras fontes, terá sido criado pelo rei D. Filipe I de Portugal, em 1583.



Seja como for, eu que sou republicano, estou como dizia o Almeida Garrett: "foge cão, que te fazem barão! Para onde, se me fazem visconde?"

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Ainda a feira do Azinhoso

E porque hoje é dia 8 de Setembro, relembro aqui o que escreveu Joaquim de Santa Rosa de Viterbo, a propósito da sua história:

"A celebrada Feira nos tempos antigos, e já hoje de bem pouco nome, a 8 de Setembro, não apparece alli, monumento algum que nos certifique de quem foi o Monarcha que a concedeo tão livre, e franqueada; mas ha todo o fundamento para nos persuadirmos que seria El-Rei D. Diniz, não só pela Tradição, mas ainda pelo que se disse.
O que não tem dúvida he que elle visitou pessoalmente este Santuario, e que a 7 de Fevereiro de 1287, se achava em Miranda, onde se conservão monumentos da sua presença: e que quando no de 1319 concedeo a grande Feira à Torre de Moncorvo, já era bem notável a do Azinhoso." (in "Elucidário...", entrada: Azinhoso).

domingo, 24 de janeiro de 2016

Sarcófagos de Azinhoso e Penas Róias

No seguimento do post anterior e movido pela curiosidade e pela possibilidade de tirar algumas fotos, fui visitar a bela e histórica aldeia de Azinhoso. O amigo João "Ferrinho", talentoso escultor da pedra e da madeira, conhecedor do local, serviu-me de guia. Ainda me disponibilizou meios para conseguir aceder às pinturas murais, mas pareceu-me a empreitada demasiado arrojada para alguém com a minha massa corporal. Por isso, desisti do intento.
Aproveitei para dar uma volta e fotografar uma "pia", propriedade do meu anfitrião, que se me revelou como sendo um sarcófago escavado na pedra, destinado a depositar os restos mortais de uma criança.
Esta peça é proveniente do termo de Penas Róias.
E como a envolvente urbana é convidativa, tirei mais alguns retratos desta encantadora localidade que já foi sede concelhia.


No interior do templo medieval, encontra-se o túmulo de Luís Eanes de Madureira.
A inscrição gótica em torno do sarcófago (entretanto retirado) diz o seguinte: "Aquy jaz luys eanes da madureira uigairo jeeral do s[e]n[h]or dom f[e]rnandu arceb[is]po de braga". A pintura remonta a meados do séc. XV e representa S. Miguel pesando as almas com dois doadores. Ao lado da igreja existe um pequeno, mas interessante museu, onde podem ser observadas algumas peças da liturgia católica, bem como alguns documentos com valor histórico.
De seguida dirigi-me a Penas Róias, onde pude observar uma outra campa pétrea (para corpo adulto), depositada num pequeno quintal anexo à igreja local. Este género de sepultura antropomorfa encontra-se com alguma frequência no território do actual concelho de Mogadouro (nomeadamente em Urrós, Algosinho, Mogadouro...).

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Pinturas murais do séc. XVI na igreja do Azinhoso

Graças a uma conversa de ocasião com o amigo João Mesquita (Ferrinho) do Azinhoso, descobri que o importante templo local alberga pinturas murais datadas do primeiro quartel do séc. XVI (segundo a opinião da especialista Lúcia Rosas*). O conjunto encontra-se truncado, pois seria muito mais vasto e foi posto a descoberto devido a obras de restauro ocorridas no final do séc. XX. Conto ter brevemente mais documentação fotográfica do local. Para já, aqui fica o registo gentilmente cedido por João Mesquita.
 * In "PINTURA MURAL E DEVOÇÃO NAS IGREJAS PAROQUIAIS DE TRÁS-OS-MONTES".

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Produção de seda no Azinhoso

Não é segredo para ninguém que os étimos "seda", "judeus" e "Mogadouro", andam indelevelmente associados. Na localidade de Azinhoso, centro historicamente ligado à comunidade judaica, a produção deste pano também teve alguma importância. Veja-se a este propósito, o que nos relatou Pinho Leal, no seu "Portugal Antigo e Moderno" (vol. 1, datado de 1873):

"Os habitantes d'esta freguezia empregam-se quasi todos na creação do sirgo, e fabrico da seda. É porque teem juízo, e entendem bem em que hão-de empregar o seu tempo com aproveitamento."

Mapa retirado da obra "O Pano da Terra: Produção têxtil em Portugal nos finais da Idade Média."

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Azinhoso, Alardo e "preparos"

Aqui há dias, em amena cavaqueira com o amigo Daniel, do Azinhoso, questionei-o acerca da famosa frase "aos do Azinhoso vai-se-lhes tudo em preparos" (que outrora os levava aos arames, mas que agora já levam na brincadeira). Remeteu-me para uma conversa com o falecido professor Frutuoso, em que este lhe teria dado uma explicação assente em episódio histórico, embora não me soubesse definir bem os contornos concretos do caso.

A partir daqui, permiti-me eu especular: será que tem a ver com o famoso episódio do "Alardo da Vilariça"? Como é sabido - e isso é-nos referido por Joaquim de Santa Rosa Viterbo ("Achando-se El-Rei D. João I, no seu Arrayal da Vallariça aos 15 de Maio de 1386, bem perto do Azinhoso", in "Elucidário...") - a famosa parada militar teve lugar por estas paragens. E como o Alardo consiste precisamente num exercício militar, onde se exibem forças e se fazem os "preparos" para a guerra, poderá, digo eu, vir daí a origem deste curioso dito. Porém, repito, isto é pura especulação da minha parte. Que não se tome isto como fonte credível para o que quer que seja...

sábado, 29 de novembro de 2014

Azinhoso e a espada de D. Nuno.

A primeira vez que visitei a igreja do Azinhoso foi quando andava no segundo ano do ciclo. Foi no âmbito de uma aula de História, conduzida pelo saudoso professor Frutuoso. Mostrou-nos a espada lavrada em alto relevo no chão granítico do templo e contou-nos a lenda segundo a qual D. Nuno Álvares Pereira teria ajoelhado ali para rezar e quando pousou a espada, ela teria ficado lá gravada. Hoje, a versão que se encontra assinalada é a de que se trata do túmulo de um peregrino de Santiago.
A famosa espada.
Com o exímio escultor local, popularmente conhecido por "Ferrinho", junto à estátua do Condestável, por ele superiormente executada.

Para finalizar, fica um breve apontamento histórico sobre a outrora vila do Azinhoso, retirado das Memórias Paroquiais de 1758:
"Tem hua caza de hospital de pouca concideraçam, o qual administra a Santa caza da Mizericordia desta villa por seus irmãos de Meza com o rendimento de alguas fazendas que deixou para esse efeito determinadas no testamento com que faleceu hum Martinho Soeiro morador que foi nesta villa; porém são rendas limitadas e na verdade hé hua pobre Mizericordia."

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Azinhoso: os "Pelames"

"A deslocação à aldeia de Azinhoso permitiu igualmente observar alguns edifícios que julgo possuírem marcas arquitectónicas ligadas à populosa comunidade judaica que aqui viveu ao longo dos séculos. Embora o traçado urbano da localidade já se encontre consideravelmente adulterado por reconstruções do séc. XIX, ainda me foi possível identificar marcas distintivas da vivência judaica.

Tal como no caso de Vilarinho dos Galegos, também no Azinhoso existe um topónimo “Pelames”, numa zona situada junto à ribeira e que identifica igualmente o local onde eram curtidas e tratadas as peles pela comunidade local de cristãos-novos." (NETO, Antero, in "Marcas Arquitectónicas Judaicas e Vítimas da Inquisição no Concelho de Mogadouro. D. Luis Carvajal y de La Cueva", Lema d'Origem, 2013).

Fotos: Antero Neto.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Feira do Azinhoso

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Com organização conjunta da AEPGA, da AIVECA e da Junta de Freguesia local, aproxima-se a realização de mais uma Feira do Azinhoso. A avaliar pelo cartaz, voltaremos a ter um evento cheio de interesse, à semelhança do que vem acontecendo nos últimos anos.

domingo, 7 de abril de 2013

Viagem pelo Azinhoso

Antiga sede de concelho, com foral atribuído por D. João I, a aldeia de Azinhoso, cresceu à volta da igreja medieval de Santa Maria. Terra de passagem, entre os templários castelos de Mogadouro e Penas Róias, teve origem em duas quintas que se foram aproximando, ao ponto de darem lugar à antiga vila. Ali ajoelhou o Mestre de Avis, na reconquista da rebelde fortaleza mogadourense. Ali colocou os pendões conquistados aos castelhanos (o que será feito deles?), após o famoso (e formoso) Alardo da vizinha Vilariça.
Terra de judeus (com comuna referenciada no séc. XIV por Maria José Ferro Tavares), ainda conserva algumas marcas arquitectónicas que testemunham a sua presença e que lá me levaram hoje. Encontra-se algo descaracterizada pelas construções do séc. XIX que quase apagaram os vestígios medievos. Não obstante, é uma das mais lindas aldeias do concelho, onde abundam pormenores com história...
Capela no fundo da aldeia.
Uma das portas da antiga residência episcopal (Curral dos Bispos).


Coluna e pedra reutilizadas em construção de parede (uma constante ao longo da aldeia, observável em diversos edifícios).

Janela da residência episcopal.

Pelourinho.
Pormenor delicioso. O pedreiro era seguramente analfabeto e colocou a pedra ao contrário.
Fotos: Antero Neto.


terça-feira, 12 de março de 2013

Mosteiro beneditino no Azinhoso

O Azinhoso quase teve um mosteiro beneditino. Parece que el rei D. Fernando I, O Formoso, assim o determinou em 1379. Porém, desconhecem-se as razões pelas quais a obra não se concretizou...
Clicar na imagem para ampliar.
Foto: Antero Neto.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Fontes de mergulho e cruzes (Azinhoso)

Fotos: Antero Neto.

Não é comum encontrar duas fontes de mergulho, com esta configuração, na mesma localidade (se atentarmos no tamanho da aldeia). Talvez, devido ao passado do Azinhoso que, como é sabido, foi vila e sede de concelho (embora, tal qualificativo tivesse mais carácter administrativo do que matriz sócio-económica).
Igualmente curioso (é a primeira vez que observo), é o facto de ambas as fontes terem inscritas cruzes. A cruz da primeira tem uma configuração que quase se poderia dizer antropomórfica... A da segunda (apesar de quase não se perceber, devido à erosão), é idêntica a uma outra cruz existente junto a minha casa, em Mogadouro e a outras inscritas numa pequena capela, junto ao castelo de Algoso. Já vi várias explicações acerca desta configuração, mas não fiquei esclarecido. Na localidade espanhola de Fermoselle também se podem observar várias cruzes deste género no casco medieval da aldeia.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Feira do Azinhoso

Foi um fim-de-semana quase integralmente dedicado à vetusta aldeia do Azinhoso. No sábado, a demanda do castro. No domingo, a feira. Pus-me a caminho, desafiado pelo Zé, com o único intuito de ir ao almoço, pois já fotografei a tradicional gincana de burros e a festa não se adivinhava distinta de edições anteriores.
Puro logro...
Este ano, a animar o evento, estava um grupo de teatro de rua, que, durante a tarde, foi representando pequenas cenas "erótico-cómico-medievais". Simplesmente fantásticos!
Um escasso trio de actores e uma mesa, conseguiram deslumbrar a atenta e sequiosa audiência, dinamizando exemplarmente a festa.
Um belíssimo espectáculo, que tão cedo não esquecerei. Parabéns ao grupo teatral (vindo do Porto) e à organização (AEPGA e AIVECA) que nos proporcionaram uma tarde maravilhosa!
Uma palavra final de apreço para o actor Jorge Neto (um dos protagonistas do filme "Balas e bolinhos"), que, no final do dia, ainda teve energia para beber uns finos e confraternizar com a malta.

Fotos: Antero Neto (tiradas com telemóvel).

sábado, 8 de setembro de 2012

Castro de Azinhoso

Os povoados mais abundantes são de pequena superfície (entre 0,5 e 1,1 hectares), assentam em esporões e circunscrevem-se a uma única linha de defesa, fechada num torreão voltado à zona de mais fácil acesso, normalmente cortada por um profundo fosso escavado na rocha. Sítios deste modelo encontram-se distribuídos ao longo das margens dos rios Douro, Sabor (…)” Lemos, Francisco Sandein “ Povoamento, espaço e gentilitates no 1° milénio a.C., no Nordeste transmontano”.
Munido apenas da informação constante do sítio do IGESPAR, resolvi partir à descoberta do "castelo" do Azinhoso, juntamente com o Zé Joaquim. Pedi informações telefónicas ao Gil, mas este limitou-se a dizer-me que o não conseguiria encontrar sem ajuda de alguém da localidade. E quase tinha razão. Quase...
Isto porque, fiados na "conversa" dos 1.500 metros de distância da aldeia (conforme reza no referido sítio do IGESPAR), fartámo-nos de subir a tudo o que era elevação geográfica saliente, sobranceira à ribeira. Depois de muito porfiar e completamente exaustos (física e psicologicamente), sem resultados, o Zé olhou para um freixo com a folha amarelada e exclamou: "olha que carvalho tão belo! Deixa-me ir até lá apreciá-lo melhor." Foi nesse instante que me sentei para descansar um pouco. E, quando olhei em frente, quase por milagre, lá estava o castro!
Uma vez ali chegados, pudemos constatar in loco a existência dos elementos indicados na descrição oficial: o torreão de defesa do castro...
O fragmento da mó manual (não é do dormente, penso eu... ao contrário do que é dito no sítio mencionado).
O fosso cheio de pedra restante da muralha esborralhada...
Secções do perímetro exterior de defesa.
E, no local onde deveriam estar as pedras fincadas, encontrámos esta curiosa estrutura, construída pelo homem, mas, aparentemente, usada por animal de grande porte. Intrigante...
Para não variar, o topo do castro proporciona vistas deslumbrantes sobre a paisagem natural envolvente, que o Zé aproveitou para desfrutar (e encher os pulmões de ar puro).

Fotos: Antero Neto.





 


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A ermida de Santa Maria do Azinhoso

Foto: Antero Neto.

A propósito da ermida de Santa Maria do Azinhoso e da sua antiguidade, refere Viterbo o seguinte: "No anno de 1114, Pascoal II confirma os antigos limites do Arcebispado Bracarense, e nelles inclue o Azinhoso, como se vê pelos Documentos de Braga."

domingo, 30 de janeiro de 2011

Azinhoso

Brasão usado para encher muro!!!
Entrada entupida com gravilha!!!
Uma imagem vale mais do que mil palavras!
"Cachorros" a servir de murete para canteiro!!!
Estaleiro, com obras de arte. 
Uma parte da equipa (foto: Carlos Sequeira)
O guisote da matança a ser preparado.
Os gaiteiros que ajudaram a animar a festa.
Fotos: Antero Neto.
Decorreu no passado sábado, no lugar de Azinhoso, uma festa de matança do porco. O evento foi animado pela presença de um grupo de gaiteiros.
Aproveitei para dar uma volta pela aldeia em busca do património histórico. Uma pequena vista de olhos pelos arredores da bonita e histórica igreja deixa estarrecido qualquer amante da herança patrimonial colectiva. Como se pode constatar por algumas das fotos aqui publicadas. O IGESPAR é tão zeloso nalgumas situações e tão negligente noutras...