quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Calvário

"14.º Balthazar de Moraes de Antas (tronco deste apelido em S. Paulo) que em 11 de Setembro de 1579, perante o Juiz Amador do Valle, de Mogadouro, sendo escrivão dos autos o tabelião Gaspar Teixeira, justificou a sua fraternidade por pai e mãe com Belchior de Moraes de Antas para se aproveitar do instrumento que a este se tinha passado. Assim se julgou de que se deu ao dito Balthazar de Moraes o seu instrumento autêntico, o qual o fez reconhecer em 1579 pelos escrivães de Mogadouro, Monxagate, Torre de Moncorvo, Mirandella, e Villa Pouca de Aguiar. E na cidade do Porto justificou por Índia e Mina dito instrumento em 1579; o mesmo fez em 1580 na cidade do Funchal e nesse mesmo ano justificou o instrumento e fez reconhecer os sinais dele na cidade da Bahia por Cosme Rangel de Macedo, ouvidor geral de toda a costa do Brasil. Balthazar de Moraes de Antas teve uma irmã casada com o sargento-mor José Alvares Meirelles, cavaleiro fidalgo da casa do Sr. D. Antonio, e morador no Mogadouro pelos anos de 1575: irmão também de Belchior de Moraes de Antas de quem fizemos menção. "
Agora, com os meios da época, imaginem o calvário pessoal desta personagem, que fez esta viagem toda para justificar a pureza do seu sangue cristão (era suspeito de ser cristão-novo, ou judeu), para poder tomar posse do cargo para que tinha sido nomeado no Brasil.
O mais cómico vem a seguir: devido a esta viagem, ficou tão cansado que renunciou ao cargo...