terça-feira, 26 de maio de 2009

O lobo e o homem mau

Foto: net.
Cresci a ouvir histórias aterradoras sobre lobos ferozes. Sentado ali, nas pedras deitadas sobre a calçada tosca da Rua da Barreira, ao luar, ouvia desfiar relatos sobre homens valentes que tinham enfrentado com sucesso feras de calibre medonho...
Só tive dois encontros com lobos. O primeiro ocorreu há muitos anos, na feira de Mogadouro, quando o meu vizinho João, que era pastor, passeava orgulhoso a sua burra com um lobo morto em cima do dorso. As pessoas felicitavam-no e até lhe davam dinheiro.
O segundo aconteceu, também há muitos anos atrás, quando estava a chegar ao sopé da Serra de Gajope, e, estático sobre os carris da linha de caminho de ferro, um animal de belo porte olhou para mim, e num gesto que interpretei como sendo de desprezo, levantou-se calmamente, virou-me as costas e embrenhou-se no extenso matagal.
Na passada noite de sábado para domingo, os lobos desceram até Bruçó e dizimaram cerca de duas dezenas de ovelhas a um pastor local. A pergunta que consome o pastor é esta: quanto tempo é que o PNDI vai demorar até o ressarcir do prejuízo? Quem é afinal o animal selvagem?