sábado, 30 de janeiro de 2010

Castro de Santiago (civitas Astiatico?)

Caminho para o castro.
Vestígios de campo de pedras fincadas.
Espécie de monumento fúnebre, que agora deve servir de abrigo aos caçadores de javalis. E, por falar em javardos, eram evidentes os sinais da passagem recente dos de 4 patas, mas igualmente de alguns de apenas 2...
Restos de construção.
Imagem imponente! Porta de acesso?


Restos de construções.
Vista sobre o altiplano nordestino.
Fotos: Antero Neto.
Embora pudesse chegar lá de carro, resolvi deixar os cavalos a pastar junto ao lameiro do sopé e calcorrear o íngreme acesso ao castro (a meio do percurso ainda me lembrei algumas vezes do "Kit", e do seu comando maravilhoso, mas a caminhada de cerca de 15 minutos acabou por me fazer bem...).
Ali chegado, fiquei espantado com a dimensão da fortaleza. Quem passa em baixo não imagina o tamanho da antiga povoação. Nem a beleza rude da paisagem. É um dos locais mais belos que tenho visitado.
Nestas incursões lembro-me frequentemente de quando era miúdo e andava à descoberta de resquícios dos nossos antepassados. Quando eu, o Zé Joaquim e o Luís Miguel andávamos pelas ruínas do solar dos Pegados, e pelo esqueleto do "palácio a que chamam castelo". Que bela equipa! Um advogado, um polícia e um juiz. E nem sequer falta o arguido: o omnipresente Estado, com a sua conduta negligente...
Por falar nisso, constatei, com tristeza, que no castro de Santiago andou mão (máquina) criminosa a destruir vestígios e estruturas. Sem qualquer espécie de finalidade que se vislumbre...
Aproveito para deixar aqui uma sugestão ao meu amigo Sousa, alcaide de Vila de Ala, para que impeça o acesso a viaturas ao núcleo arqueológico (é visível uma tentativa nesse sentido, que foi prontamente contornada por algum "xico-esperto").
Para os menos "enfarinhados" na questão, e relativamente ao título do post, há quem afirme que Santiago foi a "civitas Astiatico". Ou seja, uma espécie de capital de distrito no tempo do reino suevo (distrito esse que compreendia o actual planalto mirandês, mais coisa, menos coisa)
É só uma hipótese. Mas uma hipótese excitante...