A amolecer as sopas com o "caldo" de carne.
A rijar as sopas com o azeite a ferver.
Proposta de apresentação final.
O guisado da matança.
Fotos: Antero Neto.Em dia de matança, manda a tradição do nosso concelho que se comam as sopas de xis (tchis) e o guisado da matança.
O guisado é feito com os garrotes, uma parte do fígado, tenrilhas, coração, língua, uma parte dos botches (pulmões) e um bocadinho de entremeada. Simples e saboroso. Lá em casa, era o meu pai quem o confecionava. Depois servia-o numa travessa recheada com sopas de pão. Divinal!
Ao contrário do guisado, as sopas de tchis não eram usuais em minha casa (apenas se comia o sangue cozido, que eu sempre detestei, e os rijões do pingo, que também nunca me caíram em graça). Tomei conhecimento deste prato há pouco tempo. A penúltima vez que as degustei (e que as fotografias documentam) foram cofeccionadas pelo Jorge Pinto (Joca), que subverteu a receita tradicional. E ainda bem que o fez, pois se as tradicionais são boas, estas ficaram dignas de um manjar dos Deuses.
Como o sangue não ficou bem coalhado (misturaram-lhe vinagre), o Joca resolveu adicionar às sopas as carnes desfeitas (galinha caseira, pernil fumado e chouriça de carne) que tinham servido para enriquecer o caldo da rega das sopas.
De comer e chorar por mais...
Nota: para quem não conhece a receita e quiser ficar a conhecê-la ao pormenor, aconselha-se a compra do próximo número da revista "Epicur".