domingo, 29 de abril de 2012

Pontes e pinturas rupestres

Marquei encontro com os amigos Pimenta de Castro e Luís Zé Felgueiras (Luís Brinço) no restaurante "A Lareira". O objectivo era mostrar-lhes a ponte medieval de Penas Roias. Enquanto esperava por eles, tive a agradável surpresa de dar de caras com o Dr. Júlio Meirinhos, ilustre representante do Turismo nortenho, que é frequentador habitual da nossa terra.
Uma vez reunidos, demandámos terras templárias, em busca de referências históricas do concelho.
Chegados ao primeiro local referenciado (ponte medieval no caminho que liga Azinhoso a Penas Roias), pudemos constatar, com tristeza geral, que se mantém como na nossa primeira visita.
Lápide funerária romana a suportar uma esquina da igreja.

Dali subimos até à aldeia, onde encontrámos o Carlos Azevedo que nos deu as coordenadas necessárias para chegarmos à "Fraga da Letra", nome pelo qual é conhecido o conjunto de pinturas rupestres que se situa no sopé do monte que alberga o castelo local. Não sem que antes tivéssemos apreciado uma lápide romana que serve de suporte a uma das esquinas da igreja local.
Pelo meio, tivemos oportunidade de registar alguns pormenores interessantes do núcleo urbano.
A Misericórdia de Penas Roias foi fundada em 1751 (é pena que tenham colocado uma placa "moderna" com uma data de 1998... são gostos! E gostos não se discutem!).
Provável "ara" romana a servir de suporte à bela pia baptismal.
A marca da "Ordem de Cristo" ("sucessora" da sagrada Ordem do Templo) bem visível no altar-mor.
As ovelhas seguiram obedientemente os meus amigos, na demanda das pinturas rupestres.
E eis que, com a preciosa ajuda do gado ovino, encontrámos as desejadas pinturas (ainda dei um valente tombo a descer do local, mas, felizmente, sem consequências assinaláveis).
Esgotado o objectivo da visita, partimos em direcção a Macedo do Peso, para lhes dar a conhecer a ponte medieval. Na minha última visita, tinha feito uma observação ao Victor Coelho e ao Zé Nuno de que era necessário cortar a hera que infestava o monumento e que, simultaneamente, o ocultava de forma parcial. Felizmente, e ao contrário do que sucede noutras instâncias, as minhas palavras não caíram em saco roto.
A ponte estava limpa e desimpedida. Alvíssaras...
Paisagem belíssima a montante da ponte. Parabéns aos dois autarcas acima mencionados pela sensibilidade revelada e pelo zelo que demonstram pelo património histórico da freguesia.

Para finalizar esta grande jornada, nada melhor do que uma nova paragem em Penas Roias, para uma visita ao amigo Toninho Cordeiro, que nos recebeu à boa e velha maneira transmontana, com presunto, salpicão e um poderoso tinto da casa, da safra de seu pai. Um abraço a ambos.

Fotos: Antero Neto.