sábado, 8 de setembro de 2012

Castro de Azinhoso

Os povoados mais abundantes são de pequena superfície (entre 0,5 e 1,1 hectares), assentam em esporões e circunscrevem-se a uma única linha de defesa, fechada num torreão voltado à zona de mais fácil acesso, normalmente cortada por um profundo fosso escavado na rocha. Sítios deste modelo encontram-se distribuídos ao longo das margens dos rios Douro, Sabor (…)” Lemos, Francisco Sandein “ Povoamento, espaço e gentilitates no 1° milénio a.C., no Nordeste transmontano”.
Munido apenas da informação constante do sítio do IGESPAR, resolvi partir à descoberta do "castelo" do Azinhoso, juntamente com o Zé Joaquim. Pedi informações telefónicas ao Gil, mas este limitou-se a dizer-me que o não conseguiria encontrar sem ajuda de alguém da localidade. E quase tinha razão. Quase...
Isto porque, fiados na "conversa" dos 1.500 metros de distância da aldeia (conforme reza no referido sítio do IGESPAR), fartámo-nos de subir a tudo o que era elevação geográfica saliente, sobranceira à ribeira. Depois de muito porfiar e completamente exaustos (física e psicologicamente), sem resultados, o Zé olhou para um freixo com a folha amarelada e exclamou: "olha que carvalho tão belo! Deixa-me ir até lá apreciá-lo melhor." Foi nesse instante que me sentei para descansar um pouco. E, quando olhei em frente, quase por milagre, lá estava o castro!
Uma vez ali chegados, pudemos constatar in loco a existência dos elementos indicados na descrição oficial: o torreão de defesa do castro...
O fragmento da mó manual (não é do dormente, penso eu... ao contrário do que é dito no sítio mencionado).
O fosso cheio de pedra restante da muralha esborralhada...
Secções do perímetro exterior de defesa.
E, no local onde deveriam estar as pedras fincadas, encontrámos esta curiosa estrutura, construída pelo homem, mas, aparentemente, usada por animal de grande porte. Intrigante...
Para não variar, o topo do castro proporciona vistas deslumbrantes sobre a paisagem natural envolvente, que o Zé aproveitou para desfrutar (e encher os pulmões de ar puro).

Fotos: Antero Neto.