domingo, 20 de janeiro de 2013

Passeio a Freixo de Numão

A pretexto do artigo para o número de Março da revista "Epicur", ontem foi dia de visita à bonita e histórica localidade de Freixo de Numão. Tendo como cicerone o dr. Nuno Saldanha, começámos por visitar a adega da quinta "D. Olinda", para uma breve prova enológica.
Fomos recebidos pelo sr. Rocha que nos explicou detalhadamente como se faz bom vinho. No final, teve a amabilidade de nos agraciar com alguns exemplares da produção de 2010, que se bebeu, mais tarde, ao jantar.
Dali, fomos até ao Museu local, onde nos haveria de receber o dr. António Sá Coixão. Reputado historiador, o anfitrião guiou-nos pelos dois edifícios que compõem o núcleo museológico local: um dedicado à arqueologia e o outro dedicado à etnografia.
Museu de arqueologia, instalado num solar do séc. XVIII.
Aspecto parcial de uma das várias salas dedicadas à arqueologia.
Já no edifício dedicado à etnografia, o dr. Sá Coixão mostra-nos a reprodução de uma sala de aula de escola primária de antigamente. Atente-se nas ardósias e até no pormenor do retrato de Salazar, lá ao fundo.
E nem o típico óleo de fígado de bacalhau lá falta!
Reprodução de uma antiga barbearia...
... onde nos despertou a atenção este curioso instrumento com que os antigos barbeiros arrancavam os dentes aos pacientes!
Edifício que alberga o museu de etnografia.
Fotos: Antero Neto.
Foi um dia muito bem passado, junto de gente fantástica. Fiquei seduzido pelo excelente trabalho desenvolvido pelo dr. Sá Coixão, que, para além do conhecimento científico, denota uma enorme paixão pelo que faz. E só assim se atinge o patamar em que ele colocou o núcleo museológico de Freixo de Numão. Visitámos ainda toda a estrutura que suporta a parte arqueológica. Fiquei estupefacto com a quantidade de material que jaz nas catacumbas do edifício à espera de inventariação e catalogação. Para mim, aquilo é uma espécie de paraíso, tal a extensão de artefactos da Idade do Bronze, Ferro, período romano, etc...
Antes de rumarmos ao restaurante "Messias", onde jantámos, o professor conduziu-nos ainda por uma breve visita pela vila. Visita breve, mas muito enriquecedora que me permitiu, por exemplo, eliminar as poucas dúvidas que tinha sobre o facto de a minha casa ter pertencido a elementos da comunidade judaica de Mogadouro (assim como identificar outras idênticas na zona histórica de Mogadouro, conforme se poderá ler no meu próximo trabalho de investigação, a ser editado em 2013).
O tempo frio e o dia curto não permitiram desfrutar de tudo o que Freixo proporciona. Ficou prometida nova incursão lá para a Primavera, quando sair a revista.