domingo, 17 de fevereiro de 2013

Morcelas doces

Hoje foi dia de convívio à volta da lareira e de boa gastronomia. Minha madrinha, Ivete, e o marido Alfredo Ribeiro, são óptima companhia e excelentes conversadores. Após agradável almoço em sua casa, entre histórias e historietas, confortavelmente instalados ao lume, chegámos às morcelas de sangue. Pensava eu que estávamos a falar das tradicionais, com sangue, mel e amêndoa lascada. Não. Destas nunca tinha ouvido notícia, nem alguma vez as tinha provado.
Foto: Antero Neto.
Segundo me contou minha madrinha, a avó dela, Beatriz, trabalhou numa casa muito rica, na zona de Castro Vicente, onde aprendeu a confeccioná-las, passando depois a ciência para a família. Estas chouriças eram usadas como sobremesa, e em dias especiais.
Aqui fica a receita:
- Misturam-se quantidades iguais de grão de amêndoa moído muito fininho; sangue de porco previamente cozido; mel, miolo de pão e banha de porco liquefeita. Junta-se água a ferver (temperada a gosto) q.b., e amassa-se tudo com uma colher de pau.
A principal diferença em relação às outras está nas quantidades, que, conforme ficou dito, devem ser iguais (menos a água, que deve ser apenas a suficiente para ligar a massa), bem como no facto de o sangue ser cozido antes de entrar na mistura (nas clássicas entra cru, em líquido).
Devo confessar que o resultado final não me agrada tanto como as tradicionais chouriças doces de sangue, que em minha casa se chamam "tchabianas", por influência da nossa passagem por terras de Bila Tchana.