domingo, 18 de dezembro de 2016

Dia de "mata-porco"

Tradição ancestral, profundamente enraizada no âmago do povo transmontano, o "mata-porco" ainda sobrevive aqui e ali. O porco representa uma fonte incontornável da alimentação e de sobrevivência das populações do interior. Outrora, o dia da matança constituía ainda uma oportunidade rara para reunir a família. Actualmente, este ritual tem tendência a desaparecer. A industrialização do abate e a dispersão das famílias conduzem a esse cenário. Um dos convivas de hoje lamentava isso mesmo: mais uma geração e há tradições que desaparecerão inevitavelmente...



 Antes de matar o porco, "mata-se o bicho". Alheiras, torradas untadas com azeite, nozes e figos secos (e aguardente para os estômagos menos sensíveis), molhados com um café artesanal, que teve direito à brasa incandescente para assentar a borra. Degustei ainda uns saborosos "bilhós", que me encheram a alma.

Depois do animal morto, come-se o tradicional e delicioso guisado da matança. Este foi confeccionado à moda antiga. Estava de comer e chorar por mais.
As inevitáveis "sopas de xis" (ou "sopas de tchize") não podiam faltar. Muito bem apaladadas por sinal. Um regalo para as papilas gustativas!