terça-feira, 22 de abril de 2008

Leite Velho

Já tinha visto este nome numa placa toponímica. Mas não sabia quem era. Tropecei por acaso nestas notas biográficas. Achei que tinha interesse.
"Bernardo Teixeira de Morais Leite Velho nasceu em Mogadouro, a 25 de Julho de 1824, filho do comandante do Corpo de Voluntários do Rei dessa Vila, Joaquim José Teixeira que se notabilizou em 1834, pelos serviços prestados à causa liberal, derrotando a guerrilha do Cachapuz que "Infestava o lugar de Lagoaça".
Em 24 de Outubro de 1824 concluiu o curso de Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra. Em 13 de Setembro de 1846 foi eleito Vereador da Câmara de Mogadouro e Administrador do Concelho em 26 de Novembro do ano seguinte, lugar em que se manteve até 1851. A maneira sensata como exerceu essas funções valeu-lhe ser Eleitor da Província de Trás os Montes e ainda o convite para Secretário Geral do Governo da Madeira, cargo que rejeitou. Por portaria de 16 de Setembro de 1816 foi nomeado Ajudante do Batalhão da Guarda Nacional de Moncorvo e a 17 de Novembro desse mesmo ano era promovido a capitão da 2ª Companhia do Batalhão de Segurança Pública de Mogadouro. Contudo desgostou-se com a maneira como corriam os destinos de Portugal, e por isso emigrou para o Brasil a 28 de Janeiro de 1853, onde chegou a 2 de Março seguinte. Em 1870 regressou a Portugal e rejeitou sucessivos cargos na vida política do distrito e do País. Preferiu abrir escritório de advogado no Porto e fazer uso do Inglês que dominava, pois o tinha praticado ao longo de 32 anos, já que muitos ingleses que viviam em Portugal, a ele recorriam, sempre que tinham problemas jurídicos a resolver. Em 1871 voltaria ao Brasil. Já então lhe entrou o bicho do jornalismo regular, em Crónica do Foro e Instituto dos Advogados. Em 1869 edita o seu 1° livro: Trás os Montes Estudo Estatístico e em 1885 saía a sua Monografia das "Execuções de Sentença em Processo Civil". Seguiram-se vários outros livros de grande impacto jurídico. em 1886, em 1896 e 1902. Em 1881 entrou como Sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa e em 1886 foi eleito, por unanimidade, redactor da Revista da Secção da Sociedade de Geografia de Lisboa no Brasil. Em 1893 foi empossado como membro efectivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Em 15 de Janeiro de 1909 o Instituto Histórico do Estado do Ceará conferiu-lhe o diploma de sócio correspondente. Foi, a vários níveis, nomeadamente jornalístico e literário, um dos mais esclarecidos valores luso-brasileiros da sua época.
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In 1º volume do "Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses"