E, por falar em evolução, convém aqui falar do vinho. Os nossos agricultores continuam, de um modo geral, arreigados no conceito tradicional de fazer vinho. E insistem igualmente em fazer-nos beber certas zurrapas, apregoando o bom vinho que só eles conseguem apreciar.
A mudança deste cenário será um dos passos que a região terá que dar, se quiser sobreviver. Obviamente, terão que ser os mais novos e arrojados a fazê-lo.
Já se começam a dar alguns passos tímidos nesse sentido. Sendim tem sido um exemplo a seguir. No concelho de Mogadouro, apenas conheço uma produção organizada, em Peredo de Bemposta. Não conheço o produtor, mas aprecio o seu arrojo (dizem-me que já tem experiência noutras regiões, o que também ajuda). Na minha opinião terá que corrigir um ou outro pormenor, para alcançar um patamar mais elevado e digno de nota. Já começou por melhorar (e muito) o rótulo das garrafas (um bom rótulo pode fazer toda a diferença numa prateleira). Falta-lhe ainda corrigir o grau de teor alcoólico. Um vinho maduro e tinto, que tenha ambições para um mercado superior, tem que ter entre 13 e 14 graus. Com 12 nunca passará de uma experiência. Interessante, mas curta.