Pelo que se constata no terreno e por aquilo que se vai lendo e ouvindo, o Parque Natural do Douro Internacional encontra-se em estado comatoso. Está a definhar lenta, mas progressivamente. Desconfio que vai ter poucos amigos presentes no funeral.
Mal concebido, mal parido e mal gerido, não vai deixar saudades. A não ser a meia dúzia dos que bradam contra o seu encerramento e que, curiosamente, foram os que mais apoiaram os seus coveiros.
Numa estratégia de paulatino esmagamento do interior do país, estão a espoliar-nos de diversas valências, sendo algumas fundamentais (maternidades, serviços de oncologia...). Sob argumentos de merceeiro, vão-se encerrando serviços por todo o interior norte.
Primeiro, mandaram a sede do Parque para Braga. Vamos voltar aos tempos do reino Suevo (numa corrente impressionante de regressão histórica: na Idade Média existiam duas comarcas em Trás-os-Montes. É precisamente o figurino que defende o actual governo...). Depois, acabaram com os homens no terreno.
Tirando a vertente demográfica (diminuição do número de habitantes) e económica (eram alguns ordenados que ficavam na região), ninguém vai sentir a sua falta.
O Parque é (era) uma aberração, e as populações locais nunca o amaram. Oxalá morra mesmo. De morte morrida, como dizem alguns...