terça-feira, 23 de abril de 2013

Lagar romano (?) em Algosinho

Após ter aqui divulgado o lagar escavado na pedra encontrado em Tó, fui contactado pelo Sérgio Delgado que me falou numa estrutura idêntica sita em Algosinho, oferecendo-se para me conduzir até lá. Combinada a hora, lá fui, juntamente com o Zé Joaquim, fotografar o dito lagar. Não sem que antes tivéssemos parado para apreciar um outro, localizado a poucos metros, no meio de uma vinha.

Este, de construção a remontar ao séc. XIX (pelo menos, a crer na inscrição gravada numa das pedras), deixou-nos positivamente fascinados pelo engenho e beleza. Pena é que esteja em ruínas. Merecia reconstrução adequada. As fotografias apenas documentam a parte inferior do lagar, destinada à recepção e armazenamento do vinho, uma vez que a parte superior (do lagar propriamente dito) se encontra atulhada com pedra e vides.
Mas, caminhando em direcção ao que nos lá levou, constatámos que é em tudo semelhante ao de Tó.



 Com o Sérgio Delgado (foto: Zé Joaquim).
Fotos: Antero Neto
Com o seu calcatorium e o lacus, ligados por orifício aberto na rocha. De diferente, apenas o facto de o lacus possuir uma pequena cavidade no centro, com um pequeno rego rasgado na pedra. Outra novidade em relação ao de Tó, prende-se com duas pequenas covas laterais, que se podem observar na foto de baixo e que, possivelmente, serviriam para nelas encaixar os dolia (recipientes para armazenamento e transporte do vinho).
Quanto à cronologia, é difícil tentar situar esta estrutura no tempo sem uma prospecção arqueológica rigorosa ao local. António Sá Coixão fala da época romana para os casos que estudou no concelho de Foz Côa (Côavisão, n.º 4), tal como o fazem Carlos Almeida, João Antunes e Pedro Faria (Revista Portuguesa de Arqueologia, vol II, n.º2).
Fica aqui um abraço ao Sérgio Delgado (ainda fomos a Peredo visitar o seu museu, de que darei conta em próximo post) e ao Damián Romero pela bibliografia.