sexta-feira, 28 de março de 2008

Ratinho

"Cantemos, racantemos!
Cantemos eu e usté!
Usté não me trata mal,
Que eu não trato mal a usté!

A lua é merela.
Merela e trai maleitas.
As raparigas de Mogadouro,
São poucas, mas são bem feitas!

Cantemos, racantemos...

Iantes o Rato tinha éguas,
E as éguas eram merelas,
Ai o diabo da gata,
É puta como as cadelas!"

Quem é que, da minha geração para trás, não se lembra do Ratinho? Figura única, que se encontrava ao virar da esquina, permanece no imaginário popular. A criançada de então, fazia fila atrás dele para apreciar os números com que animava as ruas. Era uma personagem castiça, que deixou a marca no cancioneiro local. As letras das suas músicas e o ritmo que lhes imprimia (nomeadamente com os dedos, que faziam uma coreografia inimitável), perduram na mente dos que com ele conviveram (a gata era a mulher dele). Qualquer dia convenço o Victor Lopes (Pop) a gravar os versos do Ratinho musicados (e já agora, também tenho que o convencer a deixar-me publicar a poesia dele - Victor - que tem muita qualidade!).